UMA MO�A QUE MERECE VERSOS

A uma mo�a que merece versos



A noite j� te faz verso no indeciso soprar da vela.
Pe�o-te que n�o esforces no reavivar da chama,
Deixa que queimem quimeras, fumegantes paix�es quotidianas,
Restemos apenas n�s dois e o t�mido amor que somente um ama.

Tal borboletas que (a)traem, frias, as flores,
Perambulei eu entre almas que, de t�o mo�as,
Deram-me de beber b�lsamos de falsos amores.

De outras belezas v�s, desfez-se, ali, meu cerne,
Inquieto a pulsar.
E por mais que fugisse a meus olhos tristes,
Enamorada, minh?alma teimava no teu olhar.

Eras tu.
Dessa flor t�o recatada jamais me confundiria.
Abundam-se versos de amor, faz-se escassa a elegia.
Ouves tu a natureza?! As liras que ela te canta?!
Atenta cuidadosa a ti!
Onde intentas buscar mais gra�a, viveza e poesia tanta?!


Eras p�lida e de beleza medida.
Esmaecida! Mesmo em face de maior alvura.
E nos olhos tinha tanto! Eram-me, na verdade, um livro.
P�ginas, centenas delas em branco.
L�bios rosados. Palpitando ao frio que tamb�m senti.
Intoc�veis!
Haveria crime mais doce se imprimisse meu nome ali?!
E os cabelos temiam-me as m�os.
Novelos outonais d?onde ca�am as folhas que abra�avam o ch�o.
Dali brotariam meus medos
E todas as sensa��es que tenho quando te (em)presto aten��o.
E no andar, assim como noutros gestos,
H� um n�o sei qu� de do�ura,
Qu� que emudece o ar.

Talvez um dia tudo se extinga,
Tal a chama que eu mesmo apaguei.
Mas os ventos ser�o constantes
E as noites sempre vir�o.
E se acaso te afogue o peito
Saudade de amor que teve
N�o apenas deste escriv�o,
Segura aos versos que te compus chorando
Em al�vio a meu peito,
Ao pesar de meus sonhos.

As flores que te dei um dia
N�o t�m a mesma melancolia
Dos versos que hoje te dou.
N�o te preocupas com rimas.
Meus amores foram sempre imposs�veis.